A
ampulheta da vida transmutou-se muitas vezes...
Nas
idas e vindas, o tempo foi, ao mesmo tempo, ponte e abismo...
Encontramo-nos
e nos perdemos
Nos
incontáveis confins de nós mesmos...
A
ficção das imagens reviradas pela memória afetiva:
Trazem-nos
protagonistas da memória
Delimitando
caminhos, perfazendo história...
Duelamos
com sentimentos, fugimos do amor...
Mas ele
é ardiloso e capturou-nos nas suas armadilhas.
Deixamo-nos
prender nas teias da paixão...
Precisamos
da volúpia que o olhar do outro desperta...
Fomos
enfeitiçados pelo amor em todos os seus (des)encontros
De mãos
dadas, necessitamos auxiliar as conquistas do outro...
É
difícil essa avalanche de sensações desenfreadas
Que este
outro em nós desperta...
Afugentamo-nos
na solidão... Medrosamente nos escamotemos...
Encobre-se
a essência... Nega-se a febre, sufoca-se o vulcão...
E no
vazio do outro somos apenas saudade...
Esta
tatuagem que nos fere desmesuradamente...
Mas sem
ela nos perdemos na insipidez de uma vida morna...
O
pensamento faz-nos loucos e, tomados pela loucura,
Não
sabemos se fugimos ou se nos atiramos no precipício...
Quisera
poder fazer dormir essa saudade sem igual,
Quisera
poder desabar-se no abraço do encontro...
Ah!...
Quisera que pudesse, por segundos, tocar nesse céu...
Ou quem
sabe entrar e sair da história e do amor...
E se
fazer saudade, sem se machucar tanto...
É tão
difícil conter este sentimento revestido de saudade...
O tempo
breve faz-nos sentir a vida latente e que amar vale a pena...
Ainda
que nas asas afáveis e ágeis de um beija-flor...
A cada
dia a saudade se faz sem fim...
Estamos
em todas as histórias que já escrevi
E nas
muitas palavras que ainda colocarei no papel...
Porque
a magia se faz em nós... no feitiço incontrolável...
Que
enlouquece e nos permite viver esse devaneio...
Há
fetiches que dispensam palavras e revestem desejos...
Maiores,
muito maiores do que eu...
Sua
essência é AMOR : sentimento dúbio, forte e verdadeiro...
Que se
quer junto de alguém... Mesmo ao abdicar de si pelo outro...
É hora
de chegar ou partir?
Não se
sabe ao certo, apenas se quer,
Ainda que, apenas por segundos,
Tocar o
céu na Terra!
Eis os paradoxos deste sentimento chamado Amor!
ResponderExcluirUm belo texto.
Beijos