O céu
nublado despeja cinza sobre mim...
As pedras
frias ferem-me os pés...
O caos
impera dentro e fora de mim...
Meu olhar
descortina os véus do passado,
Repentinamente,
rompe grilhões...
Que me
impediam de ver a realidade...
Ao abri-los
vejo os cacos do que fui...
Ainda não
sei o que resta de mim mesma...
Sinto-me
deslocada,
Fui arrancada
dos braços do destino,
Jogada no
calabouço das ilusões,
Aprisionada
nas correntes da obsessão...
Permaneci
tempo demais de olhos vendados,
Sem saber
onde estava,
Nem ao
menos quem eu verdadeiramente era...
Vi
dias, meses, anos tornarem-se fumaça...
Deixei
meus sonhos adormecerem...
Trancafiei
meu sorriso no cárcere da alma...
Agora,
colo as cores do que fui:
Mosaico
de (des)ilusões e devaneios.
Ainda
não sei o contorno que darei a este novo ser...
Que
se ergue das cinzas feito Fênix...
Sou
pergunta em busca da essência do meu ser...
Não
sei o que quero,
Mas
tenho certeza do que não quero...
Sobram-me
insignificâncias e frustrações:
Ser
multifacetado que ainda sonha...
Que
ainda despeja nas palavras a sua dor...
Que
se faz poeta...
Versejando
metáforas (des)feitas!
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