A lua
cheia encarcera-me
Anseios,
medos, segredos
Respingam
estrelas
Fantasmagóricos
desejos
Desdobram-me
olhares difusos
Metaforicamente
ecoam
Tantas vozes
confusas
São estilhaços
de palavras
Alquebrando
o sepulcral silêncio
Fluem expectativas
frustradas
Castelos
de areia desfeitos
Meras pegadas
de esperanças
Poças d’água,
rastros, marcas
Circunscrevem
mitos, enigmas
Punhal
afiado: saudade
Intercruza
tangíveis verdades
Venenos
lancinantes suavizados
Bálsamo:
névoa-miragem
Contornos
amados
Sutilezas
em dualidades
À espera
de insights de felicidade
(Des) caminhos
podados
Com veemência
florescem
Ímpetos
despedaçados
Perspectivas
(des)cobrem
Reflexos
de uma lembrança
Aquarelas
se debulham
Pintam,
tingem essa contradança
Perdidos
entre o tempo e a dor
Sinto a
brisa, o perfume, o calor
Vejo desabrochar
o sonho em flor
Metamorfoseiam-se
sem pudor
Almas em
carne viva
Na celebração
desse amor