quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Lua desbotada



O tempo se esvai na ampulheta...
Para ti...
Para mim...
Para nós...

O tempo não consegue apagar
As cicatrizes d’alma...
Desejo que sejas feliz
Onde quer que estejas ou que escolheste estar...

Que teus dias sejam maiores,
Mais intensos...
E mais inesquecíveis...
Do que foram nossos momentos...

Eu... vou continuar meu caminho
Em direção a mim mesma...
Mesmo sem saber para onde vou...
O que me espera ou sou...

Embora haja a amarga impressão:.
Se tivéssemos escolhido diferente
Ou se tivéssemos o poder da escolha
Será que escolheríamos os braços um do outro?

Será que fizemos as escolhas certas?
Será que deveríamos deixar o coração falar por nós?
Ou silenciar sua voz
E seguir a razão?

Ah, essa razão que deixa tão insípidas as horas!
Tão desbotada a lua!
E tão melancólico o vento...
Que suspira... um talvez... um “se“... um será?!...

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Palavras ao vinho



Taciturnamente...
Perambulo pela orla dos sonhos...
Há em mim um vazio sem igual...

Secretamente...
Minha voz silenciou os sentimentos...
Calou-me o poeta das ilusões...

Sorrateiramente...
Vejo surgir imagens desconexas...
Catarse de uma história surreal...

Veladamente..
Meu anjo abraça-me...
Alçamos voo rumo ao infinito...

Sinceramente...
Nos seus braços, ouço o murmúrio do vento...
Pedindo-me que escute seu lamento...

Loucamente...
Deixo meu olhar procurar a luz...
E compreendo tudo que me conduz...

Perfeitamente
Deposito no meu silêncio e nas palavras
As marcas indeléveis do tempo

Simultaneamente...
Sorvo o vinho do amor e o despejo sobre mim...
Meus versos embebidos de vida deslizam...

Na mente...
Sinto a magia pulsar e expulsar os medos...
Embriagada pela poesia, entrego-me às palavras!

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Ontem



Quando o sonho toca a realidade,
Somos conduzidos a um lugar
Onde tudo é possível...
Nada é proibido...

Um lugar perdido
No tempo e no espaço...
Onde não importa quem somos,
Mas o que sentimos.

Destituídos de máscaras
Revelamos a identidade da alma.
Aquela que camaleonicamente
Camuflamos sobre os véus do bom senso...

De alma limpa... Absorvemos...
E somos sorvidos pelas sensações...
Perdemos a noção do tempo
Numa avalanche de emoções...

Diante deste espelho
Vemos asas ruflarem...
O divino em nós despeja luz
Sobre corpos estelares...

Comungamos com o sagrado
Da essência humana...
Entregamos e recebemos
A revelação do divino no profano...

De corpo e alma entrelaçados
Alcançamos as estrelas...
Abraçados ao surreal,
Adormecemos sem querer acordar...

É apenas o Amor em viagem astral...
Noutro tempo... A Caminho do Amor...
Conduzindo-nos... já que poucos são escolhidos:
Para os que podem ouvir... que ouçam!


domingo, 3 de fevereiro de 2013

Eu e as palavras



Muitas vezes abro os olhos...
Vejo estrelas além da escuridão
E me deparo com versos
Espreitando e apertando a minha mão.

Ah... são matizes de sonhos ceifados
Na gaveta da memória, esquecidos...
São pedaços de estrelas cadentes...
Esqueci-me de guardá-los, são ardentes...

Há versos que precisam emergir em nós...
Fragmentam vazios...
Desfiguram-se e desatam nós...
Afugentam medos, dão-nos novos caminhos...

Eu sou aprendiz de poeta...
Busco em mim uma janela aberta...
Dessas que dão para uma rua deserta
Que me permita viver a loucura incerta...

O poeta, nem sempre, em mim
Encontra abrigo e refúgio...
Às vezes mergulho na saudade sem fim...
Esgota-me o silêncio como prelúdio...

Amo a poesia e seu significado
Seus sons, tons, cores, formas e palavras...
Quando absorto, diante de um pálio prateado...
Sou o louco que conversa com as estrelas...

Eu e as palavras estreitamos laços:
Sentimos sabor... prazer em aliviar a dor...
Seguimos, do poeta, os mesmos passos...
Dedilhando versos intensos de amor!